Provavelmente já ouviste falar sobre o que é journaling, mas pensaste que era algo como escrever num diário, como quando eras criança e te deram um caderninho com um cadeado e uma pequena chavinha. Mas será que é mesmo? Será que essa chavinha agora não abre novas portas e te introduz um novo mundo de auto-conhecimento e reflexão? Um mundo em que podes ser tu mesmo e, ao mesmo tempo, explorar quem tu és?
Mas primeiro, o que é journaling?
É uma prática que te leva a escrever os teus pensamentos e sentimentos de modo a que os compreendas de forma mais clara. Deste modo, consegues ver a tua situação de um ponto de vista diferente e podes até sentir-te mais calmo, visto que é uma espécie de “desabafo”. Nem sempre queremos dizer tudo a toda a gente, e manter um caderno que tem como objetivo escrever por e para ti é dar-te a oportunidade de lidar com os assuntos que te incomodam sem te expores.
De facto, journaling tem muito mais que se lhe diga do que apenas escrever e ter claridade. Os seus benefícios são de enorme relevo e estão descritos em vários locais!
Alguns dos mais interessantes são:
Redução do stress;
Identificação de padrões e triggers - muito importante para perceberes aquilo que deves evitar / ultrapassar no teu dia a dia, permitindo-te ganhar um maior controlo sobre a tua vida;
Aumento da saúde física;
Melhorias na saúde mental.
“Ok, entendo os benefícios, mas não sei muito bem se são suficientes para me fazer começar a escrever”.
Tudo bem! Deixa-nos ajudar-te! A verdade é que, embora a saúde mental seja um tópico cada vez mais abordado, não lhe é dado o devido valor.
Para quê processar emoções? Identificar triggers? O que é isso sequer? Perguntas bastante válidas.
Num mundo em constante movimento, quase sem oportunidades para parar de pensar, é essencial dedicar um pouco de tempo a nós próprios e ao nosso estado emocional.
Nós não somos máquinas, e por vezes são os nossos sentimentos que nos impedem de fazer certas coisas. Por exemplo, não é fácil sair da nossa zona de conforto, visto que está, frequentemente, associado a emoções negativas. Mas porquê? Muitas vezes é bom fazê-lo, contudo, isso não faz com que nos sintamos mais à vontade. Talvez escrever sobre o assunto nos iluminasse, permitindo-nos conhecer o verdadeiro “porquê” dos nossos medos e preocupações e, finalmente, ultrapassá-los. Na maior parte das vezes, é o medo do desconhecido, ou de falhar, e esta prática acaba por os desvendar, torná-los “palpáveis” e assim, algo que podemos combater. Vamos admitir, lutar contra algo que não conseguimos ver é mais complicado.
Por outro lado, ocasionalmente temos emoções associadas a certos acontecimentos que nos deixam um pouco cansados, ou até irritados. Isso são triggers, e são particularmente incomodativos quando queremos apenas usufruir do nosso dia e não conseguimos, mas não sabemos muito bem qual a justificação para o nosso comportamento. Pode ser, por exemplo, termos sido levemente criticados ou até terem falado de uma certa maneira connosco, visto que é possível que tenhamos más experiências com esse tipo de atitudes e ainda não saibamos lidar com elas de forma positiva. Mais uma vez, o journaling ajuda a identificá-las e dá-te um espaço seguro para as gerir!
Como começar?
Fácil! Pega numa caneta e papel e escreve (nem que seja apenas por um minuto)! Sobre o teu dia, sobre algo que te esteja a incomodar, o que quiseres! No entanto, não caias no erro de apenas falar de modo negativo, pois é sempre bom falar positivamente contigo mesmo! Sabias que, ao dar apoio e aceitar-te, ganhas mais motivação do que ao te criticares e rebaixares? Aceita quem és e constrói o teu caminho à base do amor próprio e suporte!
Para te dar um empurrãozinho, vamos dar-te algumas sugestões de temas que podes desenvolver:
Gratidão - é sempre benéfico acabarmos o dia com alguma referência ao que estamos gratos; podemos sempre perguntar-nos “Pelo que é que estou grato hoje?”. Tenta ser específico, visto que se escreveres sempre a mesma coisa pode tornar-se bastante monótono.
Acontecimentos relevantes - podes sempre escrever sobre qual foi a melhor ou pior experiência que vivenciaste durante o dia: “Qual foi a melhor/pior coisa que me aconteceu hoje?”. Sugerimos-te que desenvolvas a resposta à pergunta ao adicionares o porquê, como te sentiste ou até como reagiste.
Palavra do dia - descrever o teu dia numa só palavra é desafiante, pois acontece tanta coisa que é necessário pensar bem na nossa escolha. É esse o objetivo! Escreve o processo de pensamento e estás a refletir sobre o teu dia de uma forma mais estimulante.
Sentimentos - porque não pensar em algo que fizeste e que te deixou orgulhoso? Ou feliz? Ou, se sentires que é sobre isso que queres escrever, triste, desanimado ou irritado. No entanto, tenta sempre finalizar a tua escrita com algo positivo, pois embora seja necessário validar as emoções mais negativas, é importante concluir o teu dia com esperança e algum ânimo.
Claro que podes ser mais específico e explorar as profundezas daquilo que és e queres ser, e para isso tens um leque variado de opções na internet! Oferecemos-te as mais fáceis de utilizar no quotidiano, principalmente para quem até gostava de começar mas não sabe muito bem como!
Nunca te esqueças:
A escrita é tua, podes ser fluido ou expressar-te por pontos, ser mais ou menos demorado, escrever muito ou pouco. Isto aplica-se a ti, à tua personalidade e molda-se consoante aquilo que queres fazer nos diferentes dias. Não há uma maneira mais correta que outra de praticar journaling.
Saber como reconhecer e gerir as nossas emoções, descobrir quem somos e reduzir o impacto negativo que uma vida atarefada tem sobre nós é fundamental, pois faz parte do nosso crescimento pessoal.
O Journaling torna esse processo mais simples, por isso, porque não experimentar?
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